terça-feira, 14 de maio de 2024

Um Winchester Para Ringo - Parte 3

Cap. IV - Silver Rock City
Após a morte encomendada, Ringo foi parar em Silver Rock City. Era uma daquelas cidades que surgiam da noite para o dia. Sempre que corria o boato que ouro havia sido descoberto as pessoas corriam para a região e assim essas cidadelas eram erguidas no meio do deserto. No meio da "fauna" que circulava pelas ruas havia muitos mineradores, ladrões, patifes, jogadores profissionais de cartas, pistoleiros e... prostitutas. Ringo estava lá para gastar seu dinheiro com algumas dessas moças de reputação duvidosa. Por 10 dólares você teria a companhia de uma dessas senhoritas. Por 15 dólares um banho era incluído no menu.

Ringo não se relacionava com mulheres, não pelo estilo mais normal de ser. Ele preferia as damas de companhia. Era um jogo honesto de certo modo. Ele pagava as ladys, fazia sexo com elas, recebia um pouco de carinho e quando a noite terminava o contrato estava cumprido. Nada de sermões, cobranças, ameaças, etc. Ringo queria as mulheres para satisfazer seu libido, não para se casar com elas. Ter um filho então... nem pensar! Era a última coisa que ele poderia pensar em fazer. Um assassino profissional tinha como um de seus trunfos a agilidade de se mudar rapidamente de cidade, algo que ele não poderia fazer se fosse um pai de família. Além disso Ringo preferia ter mulheres diferentes a cada lugar que visitava. Sem essa coisa de cultivar valores tradicionais.

Depois da noite de amor comprado, Ringo foi até o saloon. Ele até gostava de beber um bom whisky, mas não era como os demais clientes desses lugares. Jamais bebia a ponto de ficar embriagado. Sabia que sua vida dependia disso. Desconfiado por natureza, sabia que qualquer um naquele ambiente poderia estar ali para matá-lo. Ter disciplina na vida poderia lhe poupar de ser executado quando perdia a razão de seus pensamentos. Bebia, mas com limites claros. O mesmo poderia ser dito em relação ao jogo de cartas. Era um bom carteador, mas nunca perdia o que não poderia perder em uma rodada de jogos de baralho. Se entrava em um saloon sabia exatamente o quanto poderia gastar bebendo e jogando. Nem um centavo de dólar a mais era gasto nessas ocasiões.

Seus únicos gastos mais extravagantes eram usados em armas e cavalos. Ringo tinha um conhecimento de expert no que dizia respeito a armas de fogo. Sabia o calibre de todas, seu funcionamento e as novidades no mercado. Quando descobria que suas armas estavam ficando obsoletas ia até a capital do estado para comprar os mais novos modelos. Não era sábio estar com pistolas e rifles velhos. Afinal seu ofício era matar. Armas nada mais eram que instrumentos de seu trabalho. Também era zeloso no que dizia respeito a cavalos. Ele jamais se afeiçoara a um animal desses. Eram apenas meios de transporte, não seus animais de estimação. Por isso Ringo fazia questão de ter apenas cavalos jovens, fortes e robustos, que aguentassem situações extremas, como atravessar o deserto do Arizona. Um matador que sabia exatamente do que precisava ou não para viver. Esse era Ringo naquela fase de sua vida de pistoleiro.

Cap. V - O Deserto
Um pingo de sangue caiu nas areias escaldantes do deserto. Era dos lábios de Francis McCarthy. O sol era tão forte que havia rachado sua boca. Efeitos de uma insolação, claro. Calor, fome, sede. Só bravos conseguiam fazer aquele tipo de travessia. Era infernal, literalmente falando. Ele estava chegando em Silver Rock City. Segundo informações era ali que encontraria Ringo, o matador de seu pai. Sua vingança estava em curso. Por isso nem se importou pelo fato de que seu cantil também estava seco. Para quem estava no meio de um deserto daqueles era algo para se desesperar, ainda mais com o cavalo exausto, nas últimas. Porém ele logo avistou do alto da montanha as telhas das casas da cidade. Era ali que ele teria chance de sua vingança.

Claro que Francis não poderia simplesmente chegar ali, perguntar por Ringo e puxar seu colt. Não seria sensato. Ainda mais em se tratando de um matador profissional. Ele tinha que ser sagaz. Por isso pensou em um nome falso. Assim que entrasse na cidade as pessoas de lá iriam perguntar seu nome. Ele então pensou em usar o nome de Mike. Mike O´Hara. Afinal ele tinha um pouco de sangue irlandês. Iria colar, Aquele caipiras iriam acreditar.

Assim que entrou na cidade foi direto para o saloon.  Como todo bar de pulgas do velho oeste ali se concentrava todos os tipos de pessoas, desde trabalhadores locais, mineiros em busca do ouro e assassinos profissionais como Ringo. Assim ele entrou no saloon, tirou um pouco de poeira de sua camisa e calças e pediu um whisky. A bebida era a pior possível. Um whisky vagabundo de milho, quente como o inferno. Teor alcoólico absurdo. Ele não iria reclamar porém. Aqueles caras durões que ali estavam, bebiam exatamente isso. Uma palavra mal colocada ali naquele ambiente e todos irian entender que ele vinha do leste. Que era um almofadinha de Nova Iorque ou algo pior. Que não era um cowboy do oeste autêntico. A barba por fazer ajudava na caracterização de alguém que vinha do deserto e que lá vivia.

Ele olhou ao redor e teve uma ideia dos tipos que circulavam por ali. Todos sujos, com péssima aparência, barba de semanas, alguns fedendo. Provavelmente nunca tinham tomado um banho na vida. Fediam a cavalos suados. "Malditos guarniceiros" - pensou Francis consigo mesmo. 

Ringo estava em uma mesa a poucos metros. Ele estava jogando cartas com um grupo de sujeitos mal encarados. Como Francis iria chegar até ele? Foi então que uma ideia passou pela sua cabeça. Ele estava com uma bela Winchester, rifle de precisão, último modelo. Coisa fina comprada em Nova Iorque. Bom, aquele poderia ser um começo. Ele então virou-se ao balconista e disse:

- Eu tenho uma arma para vender aqui. É um rifle Winchester. Veja, muito nova. Sem arranhões e nem sinais de uso.. Quero vender por 400 dólares.

- Eu não acredito que você vai conseguir vender isso por aqui. A maioria dessas pessoas não teria esse dinheiro...apenas Ringo poderia fazer uma oferta.

- E quem é Ringo? - Francis disfarçado de Mike sabia muito bem quem era Ringo, mas não iria entregar o jogo. Pelo contrário, ele iria jogar, até surgir a oportunidade de enfiar uma bala na cabeça do assassino de seu pai.

- Aquele cara de casaco cinza e calças pretas é o Ringo! - apontou o barman - Ei Ringo, venha aqui por um minuto...

Ringo olhou com as abas do chapéu abaixadas. O palito de dentes que estava na sua boca deslizou. lentamente, de um lado para o outro. Ele fitou e viu Francis. Não parecia alguém de todo desconhecido. Calmamente alisou o gatilho de seu revólver. Seria alguém atrás de mais um sangrento acerto de contas? Só o tempo iria dizer...

Ringo não havia nascido ontem. Ele sabia que sempre que um desconhecido o procurava, mesmo que parecesse o contrário, ele jamais iria baixar a guarda. Aquele sujeito que estava querendo vender um rifle parecia engomadinho demais para ser um mero vendedor de armas. Ele sabia que algo estava mal contado. Ele sabia que muito provavelmente aquele forasteiro era alguém que vinha em busca de vingança. Sempre haveria uma pessoa em busca de vingança para acertar contas com Ringo. Quantos homens ele já não tinha matado? Esses homens tinham parentes e amigos que mais cedo ou mais tarde iriam cobrar a conta.

Só que Ringo também era ardiloso. Ele não iria deixar passar esse pensamento para o forasteiro. Ele iria fingir que estava tudo certo. Era um teatro marcado e ele iria participar dele como um dos atores. Ele já sabia o final dessa peça. Geralmente acabava com o cano fumegante de uma arma, ou melhor dizendo, de duas. Só que a outra (que ele esprava não ser o seu Colt) estaria nas mãos de um cadáver frio deitado no chão, com a boca cheia de poeira do deserto.

Ringo então mandou o estranho se aproximar. Ele lhe deu o rifle Winchester e ele inspecionou a arma. Aquela era uma boa arma de fogo. Ele tinha interesse. A depender do preço ela seria sua.

- Então forasteiro... o que você quer? - Disse Ringo sem expressar emoções.

- Olá, meu nome é...

- Eu não quero saber seu nome! Eu quero saber seu preço - foi logo cortando o papa furado. Pistoleiros como Ringo não querem perder tempo com falsas cortesias de trato social.

- 400 dólares.. esse é preço.

- Eu acredito que o preço vai dificultar a venda dessa arma nessas pradarias. Não digo que a arma não valha isso. Ela está em ótimas condições, mas... essa é uma terra rude, de homens brutos. Mineradores, bandoleiros, vagabundos e pistoleiros. Não acredito que você vai vender - Ringo terminou a frase tomando mais um gole daquele whisky pegando fogo pelo clima árido do deserto...

- Bom, faça sua oferta - desafiou o forasteiro sem nome para Ringo.

- Eu posso dar 240 dólares por ela...

- É muito pouco...

- 260... minha última cartada - disse Ringo.

- Olha, é um pouco baixo, mas estou precisando mesmo de dinheiro, então...

Nem houve tempo para terminar a frase. Ringo jogou os 260 dólares sobre a mesa, sem falar mais nada. Ele apenas olhou para o Winchester, se levantou e se dirigiu para a porta. Havia sido uma pechincha. Aquele rifle certamente iria lhe ajudar nos próximos "serviços". Ele já estava mesmo de partida para a próxima cidade onde mandaria mais um alvo para o fundo de uma cova rasa e quente.

Ele montou em seu cavalo e sem olhar para trás começou a cavalgada para fora da cidade. O forasteiro foi para a porta do saloon e ficou observando enquanto seu perfil contra o sol foi desaparecendo no horizonte. Esse foi um primeiro contato, a primeira vez que ele encontrava Ringo. Na próxima vez ele estaria pronto para algo mais sério...

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 13 de maio de 2024

Com a Corda no Pescoço

Henry Lloyd Moon (Jack Nicholson) é um renegado confederado que após o fim da guerra civil forma um bando de criminosos como ele para roubar bancos e cavalos nas localidades mais distantes do velho oeste americano. Após uma perseguição sem tréguas por homens da lei ele tenta chegar ao Rio Grande onde espera atravessar a fronteira em direção ao México, se livrando assim das mãos do xerife. Ele porém não tem muita sorte e seu cavalo desmaia de exaustão. Preso e levado de volta para a cidade, Moon finalmente é julgado e condenado a morte por enforcamento (a pena padrão para ladrões de cavalos naquela época). Sua única chance de não ser enforcado é ser escolhido por alguma mulher da região como marido. Há em vigor uma lei da guerra civil que livraria os condenados à forca caso alguma senhorita o escolhesse para se casar. A justificativa dessa norma legal era simples: como muitos homens tinham morrido na guerra o número de mulheres solteiras e solitárias era muito grande e todo homem era alvo de disputa mesmo se estivesse condenado a morrer no laço da forca. Dessa forma o casamento livraria o criminoso de ser pendurado na forca até a morte!

Assim no último minuto, já no cadafalso, a senhorita Julia Tate (Mary Steenburgen) então decide escolher Moon para ser seu marido, o livrando da morte! A sorte parece finalmente ter sorrido para ele, mas na realidade mal sabe o ex condenado no que estaria se metendo! Começa assim esse divertido “Com a Corda no Pescoço”, filme estrelado e dirigido por Jack Nicholson. Embora seja passado no velho oeste o roteiro deixa claro, desde o começo, que o tom da produção será leve, divertido, se apoiando muito mais no relacionamento do estranho casal do que em qualquer outra coisa. É quase uma comédia de costumes. Nicholson novamente se sai muito bem. Seu personagem é um bandido sem eira nem beira, barbudo e maltrapilho, que vaga em busca de alguma oportunidade. Ele parece mais um renegado sem futuro do que qualquer outra coisa. Já a atriz Mary Steenburgen está uma graça como uma mulher que resolve se casar com “aquilo” para no fundo ter apenas um empregado de graça em seu rancho e na mina onde sonha encontrar finalmente ouro, depois de muitos anos de busca. O elenco de apoio é acima da média, com destaque para as presenças de Christopher Lloyd, que interpretaria anos depois o cientista Dr. Brown da série "De Volta para o Futuro" e John Belushi, comediante de sucesso do programa "Saturday Night Live" que havia brilhado em "Clube dos Cafajestes" no cinema nesse mesmo ano. Enfim, eis um western com tempero de muito humor, que não deve ser levado à sério, pois é pura e simples diversão pipoca, onde aliás funciona muito bem.

Com a Corda no Pescoço (Goin' South, EUA, 1978) Direção: Jack Nicholson / Roteiro: John Herman Shaner, Al Ramrus / Elenco: Jack Nicholson, Mary Steenburgen, Christopher Lloyd, John Belushi / Sinopse: Moon (Nicholson), ladrão de bancos e cavalos, é salvo no último minuto da forca ao ser escolhido pela senhorita Tate (Steenburgen) como seu marido. A união trará muitas confusões. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz (Mary Steenburgen).

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 9 de maio de 2024

Região do Ódio

Temos aqui um clássico filme de western com a dupla James Stewart e Anthony Mann. No enredo Jeff Webster (James Stewart) é um cowboy contratado para levar um grande rebanho de gado para a distante Seattle, quase na fronteira com o Canadá. Chegando lá acaba involuntariamente atrapalhando uma execução na forca de alguns bandidos locais. O fato acaba levando o juiz Gannon (John McIntire) a tomar de posse todo o rebanho sob o título de multa contra seu ato. Webster obviamente entende a verdadeira razão de Gannon, pois ele é um magistrado corrupto que usa a lei em seu proveito próprio, sempre roubando do povo da cidade onde vive. Com medo. todos recuam em relação aos seus atos arbitrários. Mas para Webster as coisas serão diferentes pois ele não vai admitir que seu gado seja roubado dessa forma.

Mais um ótimo western dirigido por Anthony Mann e estrelado pelo ator James Stewart. A parceria cinematográfica entre eles foi responsável por grandes filmes do gênero nas décadas de 1950 e 1960. "Região do Ódio" logo chama a atenção por algumas particularidades. A primeira e mais visível é a bonita fotografia, fruto da linda região onde o filme foi realizado, nas montanhas nevadas da fronteira entre Estados Unidos e Canadá. A beleza natural do local realmente chama a atenção e proporciona ótimas tomadas de cena. Em uma delas a equipe do filme teve a sorte de capturar uma grande avalanche de neve. Imagine a dificuldade que a produção teve em filmar naquele local remoto. Além disso grande parte do enredo se passa numa pequena comunidade de mineradores no pé da montanha, o que faz com que a natureza esteja sempre presente em praticamente todas as cenas.

Outro aspecto muito interessante vem da própria construção psicológica do personagem de James Stewart. Por anos ele interpretou grandes homens de uma integridade acima de qualquer suspeita. Aqui na pele do cowboy Jeff Webster temos uma outra perspectiva. Ele é individualista, até mesmo egoísta, e ciente de que não se deve confiar muito nas pessoas ao redor. Talvez seu único contato mais próximo venha da amizade que tem com o seu pobre amigo de viagem. Mesmo quando parece se importar com mulheres, ele não abaixa a guarda. Só no final, em ótimo clímax, finalmente Stewart recupera, mesmo que indiretamente, a grandeza que sempre foi característica de seus principais personagens no cinema. O grau de injustiça na localidade se torna tão alto que mesmo ele em seu individualismo extremo resolve agir, mostrando aos moradores que apenas a omissão garante a opressão.

"Região do Ódio" também expõe a corrupção generalizada das autoridades e a certeza da impunidade. O grande vilão do filme é o juiz Gannon (John McIntire) que usa a lei e seu poder para tomar os bens de todos na comunidade. Primeiro ele avança no rebanho do personagem de James Stewart e depois, não satisfeito, começa a tomar posse de todas as minas da região. Um verdadeiro ladrão que usa a lei em proveito próprio. No filme pelo menos a população da cidade se revolta contra as várias injustiças. Afinal tudo tem um limite e até os poderosos devem pagar por seus crimes. Enfim, temos aqui um faroeste classe A, uma produção da era de ouro de Hollywood que até hoje se mostra atual e relevante. Um show de cinema com a assinatura de Anthony Mann.

Região do Ódio (The Far Country, Estados Unidos, 1954) Direção: Anthony Mann / Roteiro: Borden Chase / Elenco: James Stewart, Ruth Roman, Corinne Calvet / Sinopse: O cowboy Jeff Webster (James Stewart) cai em uma armadilha ao levar seu gado para uma região distante. Um juiz corrupto tenciona roubar todo o carregamento, em um absurdo ato de corrupção.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 6 de maio de 2024

Audácia Entre Adversários

Título no Brasil: Audácia Entre Adversários
Título Original: Wild Horse Mesa
Ano de Produção: 1932
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Henry Hathaway
Roteiro: Zane Grey, Harold Shumate
Elenco: Randolph Scott, Sally Blane, Fred Kohler, Lucille La Verne, Charley Grapewin, James Bush

Sinopse:
O roteiro desse western é bem interessante, mostrando os conflitos e lutas de um rancheiro chamado Chane Weymer (Randolph Scott). Ele é um homem de bem, honesto, que apenas deseja tocar sua vida em uma região inóspita, bem no meio do deserto do Arizona, mas que para isso terá que enfrentar vilões e facínoras.

Comentários:
O diretor Henry Hathaway voltou a pedir ao estúdio que contratasse Randolph Scott para mais um faroeste. Ele havia assinado para trabalhar na direção da adaptação para as telas de cinema do romance de Zane Grey. Em sua visão apenas Scott tinha os atributos para interpretar o personagem principal, um cowboy chamado Chane Weymer. O filme iria se chamar "Wild Horse Mesa" (no Brasil recebeu o título de "Audácia Entre Adversários"). As filmagens foram feitas em locações desérticas, algo que exigiu muito do elenco e da equipe técnica. Scott ficou bem amigo da estrela do filme, Sally Blane. Essa aproximação (que não passava de simples amizade) acabou caindo nas revistas de fofocas, onde se dizia que os dois atores estavam tendo um caso no set de filmagens. "Pura mentira, mas que ajudava a promover o filme" - relembraria anos depois o próprio ator. "Wild Horse Mesa" foi sucesso de bilheteria. Ainda hoje é cultuado pelos fãs do gênero western. Um bom filme certamente, embora não fugisse muita da mitologia auto centrada que os estúdios de cinema tinham criado para os filmes de faroeste. Havia o mocinho, a mocinha que seria conquistada, os vilões malvados e, é claro, a exuberância dos cenários naturais. A diferença é que o filme foi dirigido pelo grande e talentoso cineasta Henry Hathaway que iria se notabilizar em Hollywood pela diversidade de filmes que dirigiu. Embora tenha feito também grandes filmes de western, inclusive ao lado de John Wayne, esse cineasta procurava ser o mais eclético possível, passeando por todos os tipos de filmes, sem ficar preso a nenhum gênero.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 2 de maio de 2024

Quando a Mulher se Atreve

Título no Brasil: Quando a Mulher se Atreve
Título Original: In Old Oklahoma
Ano de Lançamento: 1943
País: Estados Unidos
Estúdio: Republic Pictures 
Direção: Albert S. Rogell
Roteiro: Thomson Burtis, Ethel Hill
Elenco: John Wayne, Martha Scott, Albert Dekker

Sinopse:
Em 1906, nas terras indígenas de Oklahoma, um cowboy chamado Daniel F. Somers (John Wayne) luta pelos seus direitos de arrendamento de um rancho contra um ganancioso empresário que deseja suas terras, pois há petróleo em seu subsolo. Enquanto a disputa se desenvolve, uma linda professora rouba os corações de ambos os inimigos.

Comentários:
Era para ser mais um faroeste de rotina na carreira de John Wayne, mas houve algumas mudanças interessantes. A produção decidiu filmar tudo no deserto de Utah, ao invés da Califórnia onde seus filmes anteriores tinham sido feitos. Isso trouxe uma bela fotografia ao filme como um todo. Era uma região diferente, com belas paisagens. Outras surpresas viriam. Os críticos gostaram do filme e teceram elogios e o filme acabou sendo indicado ao Oscar em duas categorias. Eram indicações bem inustiadas em se tratando de um western. Foi indicado na categoria de melhor som, pois se usou um equipamento de captação novo na época e melhor música. Acabou sendo um caso raro de filme de faroeste indicado por sua trilha sonora. Quem poderia imaginar?

Pablo Aluísio.