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sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

Rajadas de Ódio

Muitas vezes a paz é simplesmente impossível. Isso é o que tenta mostrar o excelente western "Rajadas de Ódio". Na trama somos apresentados a Johnny MacKay (Alan Ladd) que é enviado pelo presidente Grant para uma região remota do Oeste com o objetivo de pacificar o local. Para isso ele deve usar de todos os meios diplomáticos possíveis, inclusive procurando pessoalmente o chefe rebelde conhecido como "Capitão Jack" (Charles Bronson). Os problemas começam logo na viagem aonde sua diligência é atacada e uma das passageiras, uma senhora inocente, é morta covardemente por um dos homens de Jack.

A partir daí as coisas parecem ir de mal a pior. Embora com toda a boa vontade do mundo Johnny enfrentará muitas dificuldades em alcançar a paz simplesmente porque esse não é o desejo do Capitão Jack e seu bando de Apaches selvagens. Quando uma das partes não aceita e nem quer a paz ela se torna simplesmente impossível. Uma das coisas mais corajosas de "Rajadas de Ódio" é o fato de seu roteiro ser extremamente bem intencionado, pacifista, muito ideológico, algo que realmente chama a atenção em um faroeste da década de 1950.

O elenco é liderado pelo sempre correto Alan Ladd. Seu personagem, um delegado de paz, vem bem a calhar aos tipos que Ladd geralmente interpretava em seus filmes. Ele sempre aparecia em cena como o bom Cowboy, de boa índole e coração de ouro mas que na necessidade também sabia usar de suas armas para impor novamente a ordem no local. Esse tipo de personagem faz parte da mitologia do velho oeste em vários filmes, livros e histórias e Alan Ladd encarnava com perfeição esse tipo de "cavalheiro de esporas".

O filme foi dirigido pelo competente Delmer Daves, um diretor que sempre gostei. Fino e elegante fez vários faroestes para os estúdios Warner, todos com muita competência. Pouco tempo depois da realização desse "Rajadas de Ódio" encontraria em Glenn Ford uma grande parceria em westerns de sucesso. Em conclusão indico esse bem intencionado faroeste para os apreciadores de bons roteiros, principalmente os que trazem em seu conteúdo uma mensagem sublim, inar positiva e edificante. Nesse aspecto a mensagem de "Rajadas de Ódio" tocará fundo nos pacifistas por convicção.


Rajadas de Ódio (Drum Beat, Estados Unidos, 1954) Direção: Delmer Daves / Roteiro: Delmer Daves / Elenco: Alan Ladd, Charles Bronson, Audrey Dalton, Marisa Pavan / Sinopse: Na trama somos apresentados a Johnny MacKay (Alan Ladd) que é enviado pelo presidente Grant para uma região remota do Oeste com o objetivo de pacificar o local. Para isso ele deve usar de todos os meios diplomáticos possíveis, inclusive procurando pessoalmente o chefe rebelde conhecido como "Capitão Jack" (Charles Bronson).

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 11 de dezembro de 2023

Sol Vermelho

Dois ladrões de trens, Link Stuart (Charles Bronson) e Gotch 'Gauche' Kink (Alain Delon), lideram um grupo de bandidos formado por mais de 30 pistoleiros que planejam roubar uma pequena fortuna de 400 mil dólares que está sendo levada para a capital dos Estados Unidos. O carregamento conta com a proteção de um pequeno grupamento do exército americano, mas esse se mostra pouco eficiente no combate à ação dos criminosos que logo conseguem parar o trem e se apoderar da preciosa carga. Na mesma locomotiva viajam o embaixador do Japão, que está sendo protegido por dois samurais tradicionais, da velha guarda.

A presença dos criminosos americanos logo se torna perigosa, pois o diplomata japonês carrega um precioso presente do imperador do Japão para o presidente dos EUA, uma espada samurai banhada em ouro. O precioso artefato logo chama a atenção de Gauche (Delon) que nem pensa duas vezes antes de se apoderar do objeto. Após matar um dos samurais. ele pega a espada de ouro para si. Afinal, ele é um ladrão! E como se isso não fosse o bastante resolve também trair seu comparsa Link (Bronson), jogando uma banana de dinamite em sua direção, tudo para ficar com todo o dinheiro e o ouro apenas para si e seus capangas. Agora, para reaver a espada e vingar a morte do samurai, uma estranha e improvável parceria é feita entre Link e o samurai Kuroda Jubie (Toshirô Mifune). Juntos eles partem em busca de Gauche e seu bando pelo oeste afora.

"Sol Vermelho" é uma produção entre França, Espanha e Itália, que novamente em clima de western spaguetti, resolveu transpor para as telas a curiosa fusão entre filmes de faroeste e de artes marciais. A premissa sem dúvida é das mais interessantes pois não é sempre que se vê em pleno velho oeste um samurai devidamente trajado, usando sua tradicional espada e seu código de honra no meio de um bando de pistoleiros e cowboys americanos.

O cineasta inglês Terence Young rodou os três primeiros filmes da franquia de James Bond e talvez por essa razão, tenha aqui em "Sol Vermelho", priorizado as cenas de ação e combate. Um roteiro que colocasse em cena um pistoleiro americano e um samurai japonês poderia render bem mais se a direção aproveitasse a inusitada situação para explorar as diferenças culturais entre eles, mas essa não pareceu ser em nenhum momento a intenção do diretor, que realmente focou sua atenção nas cenas de tiroteios e lutas corporais. No final, o que temos aqui, é um filme eficiente, bem movimentado mas também muito convencional, bem ao estilo do cinema mais comercial da época. De uma forma ou outra não há como não recomendar a produção principalmente pela presença do ótimo elenco, que repito, poderia ter sido melhor aproveitado, mas que mesmo assim não decepciona completamente.

Sol Vermelho (Red Sun, Soleil Rouge, França, Itália, Espanha, 1971) Direção: Terence Young / Roteiro: Laird Koenig, Denne Bart Petitclerc / Elenco: Charles Bronson, Toshirô Mifune, Alain Delon, Ursula Andress, Guido Lollobrigida / Sinopse: Após um assalto a um trem, um dupla formada por um pistoleiro americano (Bronson) e um samurai japonês (Mifune) sai em busca do criminoso (Delon) responsável pelo roubo.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 26 de outubro de 2023

Os Quatro Heróis do Texas

Joe Jarrett (Dean Martin) rouba 100 mil dólares de Zach Thomas (Frank Sinatra) e com o dinheiro investe em um grande barco cassino, uma embarcação que era muito comum no século XIX nos grandes rios do sul dos EUA. "Os Quatro Heróis do Texas" é uma produção muito fraca estrelada pelos dois maiores nomes do chamado Rat Pack, Sinatra e Martin. Eles já estiveram bem melhores antes mas aqui não convencem, não fazem rir e nem divertem. O filme tem um timing de comédia pastelão que nunca encontra o tom certo. As piadas são fracas e as situações não agradam. Sinatra está particularmente antipático em um papel sem qualquer empatia. Martin está um pouco melhor mas seu personagem também não ajuda muito. O título nacional mais uma vez se mostra equivocado pois não há nenhum herói na estória. Os tais quatro citados são Sinatra, Martin e as atrizes beldades Ursula Andress e Anita Ekberg. Essa última já havia contracenado com Dean Martin numa comédia ao lado de Jerry Lewis chamada "Ou Vai Ou Racha". Aqui ela repete o mesmo papel de mulher deslumbrante, só que servindo de par romântico para o apático Sinatra. Já a Bond Girl Ursula Andress não mostra a que veio em um personagem de nome masculino (Max) que pouco acrescenta no resultado final.

O que mais me deixou surpreso aqui é que o filme não foi dirigido por um diretor medíocre mas sim pelo excelente cineasta Robert Aldrich de tantos títulos marcantes em seu filmografia. Ele não só dirigiu a fita como a produziu. O que deu errado dessa vez? Acredito que o problema central de "Os Quatro Heróis do Texas" seja seu roteiro tolo e abobado que não consegue convencer nem como western e nem como comédia. Nem a participação especial dos Três Patetas consegue levantar a bola do humor do filme. Tudo é muito frouxo e sem graça. As piadas não funcionam e definitivamente Sinatra não tinha talento para esse tipo de filme. Em suma, um grande desperdício no final das contas. "Os Quatros Heróis do Texas" pode ser resumido como um filme ruim que foi dirigido por um excelente diretor e com um bom elenco. Pena que deu tudo errado.

Os Quatro Heróis do Texas (4 For Texas, EUA, 1963) Direção: Robert Aldrich / Roteiro: Teddy Sherman, Robert Aldrich / Elenco: Frank Sinatra, Dean Martin, Ursula Andress, Anita Ekberg, Charles Bronson / Sinopse: Joe Jarrett (Dean Martin) rouba 100 mil dólares de Zach Thomas (Frank Sinatra) e com o dinheiro investe em um grande barco cassino, uma embarcação que era muito comum no século XIX nos grandes rios do sul dos EUA.

Pablo Aluísio. 

segunda-feira, 16 de outubro de 2023

Sete Homens e Um Destino

Moradores de um pacato vilarejo mexicano pedem ajuda a um grupo de pistoleiros liderados por Chris (Yul Brynner) e Vin (Steve McQueen) para que os protejam do terrível bando de bandidos e assassinos do pistoleiro Calvera (Eli Wallach). Refilmagem americana do filme "Os Sete Samurais" de Akira Kurosawa. Uma das grandes ideias dos roteiristas foi transpor a estória para o velho oeste, pois essa é a verdadeira mitologia americana. Saem os samurais e entram os pistoleiros e cowboys do filme. Nada mais adequado. Mas não foi apenas por essa adaptação que a produção se tornou um clássico. Provavelmente esse seja o western com a mais lembrada e famosa música tema da história do cinema. Muito evocativa e tocada várias vezes ao longo do filme em diversas versões diferentes logo fica claro porque se tornou um marco no estilo. Elmer Bernstein era realmente um grande compositor como bem demonstrado aqui. Basta a música tocar para o espectador entrar imediatamente no clima do gênero western.

Outro ponto muito forte de "The Magnificent Seven" é seu elenco acima da média, liderado pelos carismas de Yul Brynner e Steve McQueen, ambos estrelas em ascensão em Hollywood na época. Os sete pistoleiros contratados para defender a pequena vila são variações do velho mito do cavalheiro solitário e errante (como bem resume uma cena em que eles discutem sobre os prós e contras da vida que levam). O elenco de apoio é excepcionalmente bom, com destaque para Charles Bronson (ainda em sua fase de coadjuvante), Robert Vaughn (que iria virar astro da TV anos depois) e James Coburn (um dos atores que melhor personificou pistoleiros em filmes de faroeste). Produzido pela Mirisch cia, a produção não é muito rica (essa empresa era especializada em fitas B que depois eram distribuídas pelos grandes estúdios como Universal e MGM) mas esse pequeno detalhe não compromete o filme em nenhum momento. Já a direção do veterano John Sturges é eficiente (embora um corte na duração final cairia bem). De qualquer forma não há como negar que para quem gosta de western esse é sem dúvida um filme obrigatório.

Sete Homens e Um Destino (The Magnificent Seven, Estados Unidos, 1960) Direção: John Sturges / Roteiro: William Roberts / Musica: Elmer Bernstein / Elenco: Steve McQueen, Yul Brynner, Charles Bronson, Eli Wallach, Robert Vaughn, James Coburn / Sinopse: Moradores de um pacata vilarejo mexicano pedem ajuda a um grupo de pistoleiros liderados por Chris (Yul Brynner) e Vin (Steve McQueen) para que os protejam do terrível bando de bandidos e assassinos do pistoleiro Calvera (Eli Wallach).

Pablo Aluísio.