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segunda-feira, 8 de janeiro de 2024

E o Sangue Semeou a Terra

Argumento e Roteiro: O filme mostra as lutas de um grupo de pioneiros que adentram o Oeste americano em busca de terras para lá se estabelecerem. No caminho encontram tribos de índios selvagens e comerciantes de provisões desonestos. O roteiro se foca bastante na briga entre o líder da caravana, Glyn McLyntock (James Stewart), e um comerciante desonesto que recebe por um carregamento de alimentos mas não o entrega no acampamento dos pioneiros na montanha conforme havia sido contratado. Para evitar que seu grupo morra de fome Glyn resolve pegar suas provisões à força, o que gera uma série de conflitos na região. A estória e o roteiro em si são simples e o filme curto, mas tudo muito bem realizado.

Elenco: O destaque fica obviamente com James Stewart em mais um de seus personagens íntegros e honestos. Curiosamente seu Glyn McLyntock também tem um passado nebuloso quando era um assaltante das fronteiras distantes. A caravana de carroças com os pioneiros se torna assim sua redenção pessoal rumo a uma nova vida. Outro ator que chama atenção no elenco é Rock Hudson. Em começo de carreira, ele aqui interpreta um jogador e aventureiro, Trey Wilson. Seu figurino é exótico, com roupas e chapéu em cores incomuns, como lilás. Tudo bem diferente do que estamos acostumados a ver em personagens de filmes de western. Como era muito jovem ainda, sua atuação se mostra muito fraca e vacilante. Rock está sempre com um sorriso no rosto, não importando a situação. Realmente o ator era ainda muito inexperiente e deixa transparecer isso em suas cenas.

Produção: Um dos pontos altos do filme. Apesar de ter cenas feitas em estúdio “E o Sangue Semeou a Terra” foi praticamente quase todo rodado em locações distantes. O Estado americano escolhido para as filmagens foi o bonito Oregon, com muitas montanhas nevadas e rios exuberantes, entre eles o Rio Columbia onde as cenas com o barco “The Queen River” foram realizadas. Já a montanha Hood se destaca por sua beleza natural, sempre ao fundo das cenas. Tudo muito bonito para o espectador se deliciar com as lindas paisagens naturais.

Direção: “E o Sangue Semeou a Terra” foi mais uma bem sucedida parceria entre James Stewart e o diretor Anthony Mann. Aqui eles repetem de certa forma a fórmula que havia dado tão certo em “Winchester 73”, um dos maiores sucessos de bilheteria da dupla. O curioso é que apesar de ambos terem trabalhado em muitos filmes, eles geralmente brigavam bastante durante as filmagens. Não que se odiassem ou algo assim, mas o fato é que criaram uma relação tão próxima de amizade que geralmente diziam o que pensavam um ao outro, sem rodeios. Isso inevitavelmente criavam atritos entre eles. Aqui em “O Sangue Semeou a Terra” o diretor surge acima de tudo econômico e eficiente. Conta sua estória da melhor forma possível mas sem exageros ou afetações. O resultado se mostra muito bom no final das contas.

E o Sangue Semeou a Terra (Bend of the River, EUA, 1952) Direção: Anthony Mann / Roteiro: Borden Chase, baseado no livro de William Gulick / Elenco: James Stewart, Rock Hudson, Arthur Kennedy, Jay C. Flippen, Julie Adams / Sinopse: O filme narra as lutas de um grupo de pioneiros que vão para o Oeste selvagem em uma caravana de carroças com a intenção de começar uma nova vida em terras distantes. Para vencer em sua jornada, eles terão que lutar contra tribos indígenas hostis e comerciantes de provisões desonestos.

Pablo Aluísio. 

segunda-feira, 11 de setembro de 2023

Winchester '73

Lendo a autobiografia do ator Rock Hudson nos deparamos com um capítulo onde ele relembra o lançamento desse western. De como viajou ao lado de James Stewart para promover o filme nas cidades. Na época ele era apenas um coadjuvante de luxo nesse faroeste que tem um ótimo roteiro. E é justamente o roteiro que se destaca nessa produção. Posso afirmar, sem parecer exagerado, que temos aqui um roteiro muito bem escrito, algo bem inovador mesmo. Várias histórias vão sendo mostradas e aos poucos todas convergem para o mesmo local. O roteiro na verdade segue o rifle Winchester 73 que vai passando de mão em mão ao longo do filme. A arma é uma espécie de prêmio que o personagem de James Stewart ganha em um concurso na cidade de Dodge City. Nessa cena temos direito até mesmo a uma aparição do famoso homem da lei Wyatt Earp. O rifle acaba sendo roubado depois, indo parar nas mãos de um grupo Sioux. Depois ele vai parar nas mãos de militares da cavalaria, vira objeto de ostentação de um covarde etc. O fio condutor de todo o enredo então passa a ser justamente esse rifle. E assim várias histórias do velho oeste vão sendo contadas.

Além do bom roteiro, o filme se destaca também pelo excelente elenco. Astros de Hollywood da sua era de ouro estão aqui. O ator James Stewart repete seu tradicional papel de homem íntegro e honesto. Para falar a verdade ele não precisava de muito mais do que isso. Sempre carismático e correto, Stewart liderou um elenco acima da média. O mais curioso é a presença de dois jovens atores que iriam virar grandes astros nos anos que viriam: Rock Hudson e Tony Curtis. O primeiro está quase irreconhecível como um chefe Sioux. Ele atuou no filme de peruca e pintado nas cores tradicionais dos nativos americanos, algo bem fora dos padrões de sua carreira. Já Tony Curtis, muito, muito jovem, faz um soldado da cavalaria no meio de um cerco indígena. Ambos estavam em começo de carreira, tentando um lugar ao sol em Hollywood.

Na época os dois eram contratados da Universal Pictures, que tinha um quadro de treinamento de novos atores. A Universal era conhecida por realizar vários faroestes B, mas aqui caprichou um pouco mais na produção. Isso porque contava com o astro James Stewart como estrela do filme. Assim o estúdio decidiu produzir um faroeste classe A para fazer jus a ele. A empresa cinematográfica sabia do potencial das bilheterias com sua presença. E tudo isso resultou numa produção caprichada. A direção também foi entregue a um cineasta experiente. Anthony Mann foi para James Stewart o que John Ford foi para John Wayne, ou seja, uma bela parceria se firmou entre ambos ao longo dos anos. Aqui a sintonia da dupla funciona novamente. Mann, com mão firme, não deixa o filme em nenhum momento cair na banalidade. Excelente trabalho de direção. Em suma, esse é um daqueles grandes filmes de western da história de Hollywood. Um filme para se ter na coleção.

Winchester '73 (Winchester '73, Estados Unidos, 1950) Direção: Anthony Mann / Roteiro: Robert L. Richards, Borden Chase / Elenco: James Stewart, Rock Hudson, Tony Curtis, Shelley Winters, Dan Duryea / Sinopse: Lin McAdam (James Stewart) vence uma competição de tiro cujo prêmio é um rifle Winchester 73, a melhor arma da época. Após perder sua posse a arma cai nas mãos de várias pessoas ao longo do tempo. Filme indicado ao Writers Guild of America.

Pablo Aluísio.