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segunda-feira, 6 de maio de 2024

Audácia Entre Adversários

Título no Brasil: Audácia Entre Adversários
Título Original: Wild Horse Mesa
Ano de Produção: 1932
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Henry Hathaway
Roteiro: Zane Grey, Harold Shumate
Elenco: Randolph Scott, Sally Blane, Fred Kohler, Lucille La Verne, Charley Grapewin, James Bush

Sinopse:
O roteiro desse western é bem interessante, mostrando os conflitos e lutas de um rancheiro chamado Chane Weymer (Randolph Scott). Ele é um homem de bem, honesto, que apenas deseja tocar sua vida em uma região inóspita, bem no meio do deserto do Arizona, mas que para isso terá que enfrentar vilões e facínoras.

Comentários:
O diretor Henry Hathaway voltou a pedir ao estúdio que contratasse Randolph Scott para mais um faroeste. Ele havia assinado para trabalhar na direção da adaptação para as telas de cinema do romance de Zane Grey. Em sua visão apenas Scott tinha os atributos para interpretar o personagem principal, um cowboy chamado Chane Weymer. O filme iria se chamar "Wild Horse Mesa" (no Brasil recebeu o título de "Audácia Entre Adversários"). As filmagens foram feitas em locações desérticas, algo que exigiu muito do elenco e da equipe técnica. Scott ficou bem amigo da estrela do filme, Sally Blane. Essa aproximação (que não passava de simples amizade) acabou caindo nas revistas de fofocas, onde se dizia que os dois atores estavam tendo um caso no set de filmagens. "Pura mentira, mas que ajudava a promover o filme" - relembraria anos depois o próprio ator. "Wild Horse Mesa" foi sucesso de bilheteria. Ainda hoje é cultuado pelos fãs do gênero western. Um bom filme certamente, embora não fugisse muita da mitologia auto centrada que os estúdios de cinema tinham criado para os filmes de faroeste. Havia o mocinho, a mocinha que seria conquistada, os vilões malvados e, é claro, a exuberância dos cenários naturais. A diferença é que o filme foi dirigido pelo grande e talentoso cineasta Henry Hathaway que iria se notabilizar em Hollywood pela diversidade de filmes que dirigiu. Embora tenha feito também grandes filmes de western, inclusive ao lado de John Wayne, esse cineasta procurava ser o mais eclético possível, passeando por todos os tipos de filmes, sem ficar preso a nenhum gênero.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 1 de abril de 2024

Randolph Scott e o Velho Oeste - Parte 2

Os primeiros filmes de Randolph Scott foram apenas testes, formas do estúdio em verificar se ele ficava bem em cena. Sua estreia nas telas se deu em 1928, ainda no cinema mudo, em uma produção chamada "Rumo ao Amor". É curioso notar que desde os primeiros trabalhos no cinema, Scott não se importou em fazer todos os tipos de filmes. Aliás ele estava mesmo pensando que iria se tornar um ator ao estilo Cary Grant. Ele estava pronto para ser um galã de filmes mais românticos se fosse preciso.

Sua amizade com Grant aliás foi uma das mais duradouras fofocas da história de Hollywood. Quando eram apenas jovens atores aspirantes ao estrelato, eles resolveram dividir uma bela casa nas colinas de Hollywood. Era algo natural acontecer já que nenhum dos dois tinha dinheiro suficiente para bancar uma bela mansão com piscina sem a ajuda do outro. Então, como eram amigos mesmo, resolveram dividir o aluguel, indo morar juntos. Acontece que o estúdio contratou uma equipe de fotógrafos para tirar uma série de fotos promocionais em sua residência. A proposta era mostrar o cotidiano de dois jovens atores de Hollywood.

O problema é que a tentativa de mostrar um lado mais, digamos, pessoal e privado da vida deles, acabou criando uma incômoda sensação de que eles tinham um relacionamento íntimo demais para dois homens. Não demorou muito e os boatos de que era gays começou a se espalhar. Tanto Scott como Grant não pareceram se importar muito com esses rumores, tanto que jamais deixaram de ser amigos, de saírem juntos, indo a campos de golfe, jantares e premiações.

Anos depois, já casados, a "teoria gay" acabaria virando uma piada divertida entre eles. De qualquer forma, voltando para aqueles anos, o fato é que morar bem, em uma casa bonita nas colinas, abriu várias portas para Scott e Grant. Eles convidaram diretores, produtores, atrizes e atores para festas, jantares e recepções. Era assim que um ator conseguia ser escalado para filmes em Hollywood. Randolph Scott aliás era um grande anfitrião nessas ocasiões. Dono de uma conversa agradável, com aquela educação sulista tão carismática, ele logo deixaria de pedir por trabalho, recebendo ao invés disso, cada vez mais convites para integrar elencos de novos filmes. A estratégia que havia criado ao lado de seu amigo Cary Grant havia dado muito certo.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 7 de março de 2024

A Heroína do Texas

Título no Brasil: A Heroína do Texas
Título Original: The Texans
Ano de Lançamento: 1938
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: James P. Hogan
Roteiro: Bertram Millhauser, Paul Sloane
Elenco: Randolph Scott, Joan Bennett, May Robson

Sinopse:
Após a Guerra Civil, um ex-soldado confederado enfrenta novas batalhas, incluindo os membros de uma quadrilha de bandidos que tentam roubar uma jovem indefesa. E ele terá que ser um às do gatilho para vencer todos aqueles bandidos. 

Comentários:
Depois do sucesso comercial de "O Último dos Moicanos" o ator Randolph Scott deu um tempo nas fitas de faroeste. E isso surpreendeu muita gente já que todos esperavam que ele iria cair com tudo no gênero para aproveitar o sucesso. Apenas algum tempo depois é que ele voltaria a usar chapéu de cowboy, botas e esporas para montar seu belo cavalo branco. Isso voltaria a acontecer em "A Heroína do Texas" (The Texans), boa produção dirigida pelo cineasta James P. Hogan. O que chamava bastante a atenção aqui é que todas as atenções do roteiro iam para a mocinha do filme e não para o herói. Algo raro em um estilo cinematográfico tão voltado para o público masculino. Era algo novo e inovador, algo que poucos tinham feito em Hollywood naquele período histórico do cinema americano. A estrelinha do filme, a atriz Joan Bennett, foi até mesmo creditada na frente do astro Randolph Scott. isso mostrava também como ele poderia ser generoso com as colegas de profisssão. Ele vinha de um sucesso de bilheteria e poderia muito bem calçar seu ego de astro de western em Hollywood e exigir seu nome em primeiro lugar nos créditos do filme. Porém não fez isso. Foi bem humilde e companheiro, sendo usado até mesmo como escada da jovem atriz. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

Randolph Scott e o Velho Oeste - Parte 1

Um dos atores mais populares do auge do western americano foi Randolph Scott. Ele nasceu no estado sulista da Virginia, numa pequena cidade chamada Orange County, bem distante de Hollywood e sua indústria. Scott era filho de uma família tradicional da cidade. Seus pais eram pessoas respeitadas na região, considerados excelentes profissionais em suas respectivas áreas. Assim Scott teve uma infância tranquila e sem traumas.

Quando o ator morreu em 1987 um amigo de infância relembrou aqueles velhos tempos: "A América era um lugar muito bom para se viver. Não havia tantos imigrantes estrangeiros e todos se conheciam. Randolph foi um sujeito bem normal. Honesto, com muitas amizades. Não tínhamos nada de ruim a falar sobre seu respeito".

Nada poderia dizer em seus primeiros anos que ele iria se tornar um astro em Hollywood. Durante sua vida Randolph Scott se preparou mesmo para se formar em engenharia. Atuar nem era considerado algo respeitoso naqueles tempos. Para muitos era uma profissão para vagabundos e pessoas sem formação educacional. O cinema, que começava a se tornar cada vez mais popular, seria um instrumento para mudar essa mentalidade com o passar dos anos, mas quando Scott se mudou para a Califórnia, ainda havia muito preconceito e estigma contra profissionais da atuação.

Randolph Scott não foi para a Califórnia para se tornar um astro de cinema. Na verdade quando ele chegou em Los Angeles pela primeira vez era apenas um estudante universitário. Ele havia se mudado para dar continuidade aos seus estudos, uma vez que já naquela época (estamos falando da década de 1920) as melhores universidades do país se situavam naquele estado. Assim que pisou os pés em Hollywood pela primeira vez - atraído obviamente pelo glamour do lugar - o jovem Scott ficou completamente fisgado pelos estúdios, pelos astros e estrelas e pela (remota) possibilidade de ganhar a vida fazendo filmes! Não seria o máximo? O problema é que Randolph não tinha qualquer preparo para atuar. Ele nunca estudara arte dramática e nem havia feito teatro. Para Hollywood porém isso não era o mais importante. Para conseguir uma figuração tudo o que bastava era saber montar um cavalo e se parecer com um pioneiro do velho oeste - dois requisitos que o jovem Randolph Scott tinha de sobra. Uma nova era estava prestes a começar no western americano.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

O Último dos Moicanos

Título no Brasil: O Último dos Moicanos
Título Original: The Last of the Mohicans
Ano de Produção: 1936
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: George B. Seitz
Roteiro: James Fenimore Cooper, Philip Dunne
Elenco: Randolph Scott, Binnie Barnes, Henry Wilcoxon
  
Sinopse:
O enredo se passa no ano de 1756. A coroa britânica resolve enviar reforços para sua problemática colônia na América do Norte (que nas décadas que viriam daria origem aos Estados Unidos da América). O Major Heyward (Henry Wilcoxon) recebe ordens diretas de levar todos os colonos para o forte William Henry. O problema é que essa guarnição militar fica a dois dias de distância do litoral, uma viagem extremamente perigosa por causa da presença de nativos selvagens e tribos conhecidas por sua violência contra o homem branco. Para ajudar na travessia o colono Hawkeye (Randolph Scott), que conhece cada palmo da região, se propõe a ajudar na viagem. 

Comentários:
Um bom filme histórico que retrata precisamente bem o nascimento do sentimento de nacionalismo dos primeiros americanos. É justamente por essa época que os nativos americanos começaram a criar um sentimento de que não deveriam mais acatar ou receber ordens dos ingleses, nascendo em pouco tempo a ideia de liberdade e independência em relação à Metrópole britânica. O destaque do filme, além de seu bom roteiro, vem da presença de um ainda bem jovem Randolph Scott. Na época em que o filme foi realizado ele era ainda apenas um jovem ator promissor que atuava nos mais diversos gêneros cinematográficos. Filmes como esse porém iriam deixar claro que sua carreira seria muito promissora mesmo no gênero western. Vestido da cabeça aos pés com um figurino que nos lembra imediatamente de outro personagem famoso, Daniel Boone, Scott está ali para representar o modo de vida e a mentalidade dos colonos nascidos na América, que já não tinham mais tantos lanços culturais ou afetivos com o império inglês. Como se trata de uma produção feita em 1936 temos que infelizmente constatar também que o tempo causou estragos na película. Esse é o típico caso de um longa-metragem que precisa passar por uma restauração urgente e bem feita, antes que desapareça. Recentemente o presidente da Academia afirmou que cem filmes realizados na década de 1930 entrariam em processo de restauração digital. Esperamos sinceramente que "The Last of the Mohicans" esteja entre eles.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 1 de janeiro de 2024

Indomável

Título no Brasil: Indomável
Título Original: The Spoilers
Ano de Produção: 1942
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Ray Enright
Roteiro: Rex Beach, Lawrence Hazard
Elenco: Marlene Dietrich, Randolph Scott, John Wayne, Margaret Lindsay, Harry Carey 

Sinopse:
Durante a corrida do ouro no século XIX, dois mineiros e exploradores, Roy Glennister (John Wayne) e Al Dextry (Harry Carey), tentam descobrir uma mina com o valioso metal nas montanhas geladas da região, financiados pela cantora de saloons Cherry Malotte (Marlene Dietrich). Antes porém terão que enfrentar o ganancioso Alexander McNamara (Randolph Scott) que também está de olho em toda aquela riqueza mineral do subsolo. Roteiro baseado na novela escrita por Rex Beach.

Comentários:
O elenco desse western é simplesmente maravilhoso. Imagine ter em um mesmo cast três grandes nomes da história do cinema, a saber: John Wayne, Randolph Scott e Marlene Dietrich. Para fãs de faroeste ter dois grandes mitos do gênero na mesma produção já é algo que o torna completamente obrigatório. É uma pena que Wayne e Scott não tenham trabalhado mais vezes juntos. Além de grandes ícones do estilo, eles se entrosavam muito bem em cena. Talvez o fato de Randolph Scott ter abandonado o cinema no começo da década de 1960 explique a ausência de mais filmes com a dupla. Infelizmente Scott pendurou as esporas cedo demais, já que John Wayne seguiria trabalhando até o fim de sua vida e após a aposentadoria de Scott entraria numa das fases mais importantes de sua carreira, estrelando grandes clássicos do cinema de faroeste. Já Marlene Dietrich repete de certa forma um tipo de papel que seria muito comum e recorrente em sua filmografia, a da cantora e dançarina de cabarés, esbanjando sensualidade e uma personalidade forte e marcante - o que no final das contas a tornavam ainda mais sensual e atraente para os homens. Já que o filme se passa no velho oeste seu cenário se torna um saloon, cheio de pistoleiros, cowboys e toda a fauna típica desse tipo de filme. A produção recebeu uma única indicação ao Oscar, na categoria de melhor direção de arte, mas merecia muito mais, pois é de fato um faroeste acima da média, bem marcante, que hoje em dia frequenta tranquilamente todas as listas dos cem maiores títulos do gênero.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 6 de novembro de 2023

Na Pista do Criminoso

Título no Brasil: Na Pista do Criminoso
Título Original: Sunset Pass
Ano de Produção: 1933
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Henry Hathaway
Roteiro: Jack Cunningham, Gerald Geraghty
Elenco: Randolph Scott, Tom Keene, Kathleen Burke, Harry Carey, Noah Beery, Leila Bennett

Sinopse:
Um agente policial se infiltra no meio de uma quadrilha de criminosos. Seu objetivo é descobrir quem estaria por trás de uma fuga de prisioneiros de uma prisão de segurança no Texas. As coisas porém se complicam quando ele acaba se apaixonando pela irmã de um dos membros da quadrilha.

Comentários:
O faroeste seguinte de Randolph Scott foi "Na Pista do Criminoso" (Sunset Pass, 1933). Ao lado dele no elenco estavam Tom Keene e Kathleen Burke. A direção era do excelente Henry Hathaway, cineasta que assinou grandes clássicos da história do cinema americano como "Bravura Indômita" (que daria o primeiro Oscar na carreira de John Wayne), "Sublime Devoção" e "A Conquista do Oeste", para muitos o filme de faroeste mais pretensioso da história pois queria esgotar o assunto da ida dos pioneiros para as vastas terras do velho oeste. Pois bem, como se pode ver o filme tinha o diretor certo. Acontece que por essa época, ainda na primeira metade dos anos 30, tanto Henry Hathaway como o próprio Randolph Scott eram ainda bem jovens, muito longe dos grandes clássicos em que iriam trabalhar no futuro Voltando para a fita intitulada "Na Pista do Criminoso", aqui temos uma fita B da Paramount Pictures. Uma produção de apenas 61 minutos de duração, feita e realizada para ser exibida em matinês dos cinemas de bairro, a preços promocionais. Tudo feito em ritmo de linha de produção mesmo. Para se ter uma ideia a Paramount produziu mais de 700 fitas como essa entre os anos de 1929 a 1949, todas vendidas depois para a recém nascida TV que exibia os filmes em horários matutinos, tornando o western ainda mais popular, principalmente entre os mais jovens.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 7 de setembro de 2023

Maldade

Título no Brasil: Maldade
Título Original: The Thundering Herd
Ano de Produção: 1933
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Henry Hathaway
Roteiro: Zane Grey, Jack Cunningham
Elenco: Randolph Scott, Judith Allen, Buster Crabbe, Noah Beery, Raymond Hatton, Blanche Friderici

Sinopse:
Dois caçadores rivais se reencontram em um lugar selvagem e hostil, com índios determinados a exterminarem todos os caçadores brancos de búfalos que se encontram em seus territórios. E a rivalidade não se limita ao comércio de pele, mas também aos assuntos do coração, pois ambos são apaixonados pela mesma mulher.

Comentários:
Randolph Scott voltou a trabalhar com o diretor Henry Hathaway no western "Maldade" (The Thundering Herd, Estados Unidos, 1933). O roteiro era novamente escrito por Zane Grey, que era tão popular entre os fãs de filmes de faroeste que seu nome conseguia até mesmo um grande destaque nos posters dos filmes que chegavam nos cinemas. O enredo não poderia ser mais referente às mitologias do velho oeste norte-americano. Scott interpretava um caçador de búfalos chamado Tom Doan. Ele, ao lado de seus homens, caçavam búfalos para lucrar com a venda de suas peles, que na época valiam pequenas fortunas. O trabalho porém era uma verdadeira luta de sobrevivência em terras hostis. Além dos ladrões de peles, sempre dispostos a matar os caçadores, havia ainda a presença perigosa de guerreiros das tribos locais. No elenco o filme ainda trazia a bela Judith Allen e Buster Crabbe, veterano em filmes de faroeste da época.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 6 de julho de 2023

A Herança do Deserto

Título no Brasil: A Herança do Deserto
Título Original: Heritage of the Desert
Ano de Produção: 1932
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Henry Hathaway
Roteiro: Zane Grey, Harold Shumate
Elenco: Randolph Scott, Sally Blane, J. Farrell MacDonald, David Landau, Gordon Westcott, Guinn 'Big Boy' Williams

Sinopse:
Adam Naab (J. Farrell MacDonald) é um fazendeiro, antigo bandoleiro e pistoleiro, que tem ambições de dominar todo o condado em que vive no Arizona. Ele tenta comprar as terras do rancheiro Jack Hare (Randolph Scott), mas esse se recusa a vender seu rancho. Pior do que isso, Naab deseja também a garota de Jack. Com isso a situação vai se tornando cada vez mais tensa até o inevitável duelo final.

Comentários: 
Depois de vários filmes mais sofisticados, chiques, produções do tipo "bolhas e champagne", finalmente Randolph Scott foi contratado para atuar em um faroeste. "A Herança do Deserto" de  Henry Hathaway trazia Randolph Scott como um cowboy envolvido bem no meio de uma disputa de terras no velho oeste americano. Ele fotografou muito bem com seus trajes de pistoleiro. O roteiro também foi um presente pois era bem escrito, com cenas marcantes. Produzido pela Paramount Pictures, filmado no próprio rancho da companhia, esse foi o primeiro grande sucesso de bilheteria de sua carreira. Um filme bem importante, que determinaria os rumos da filmografia do ator nas próximas décadas. O interessante é que por essa época Scott ainda não havia decidido se dedicar apenas aos filmes de faroeste. Ele tinha a ideia de apenas esporadicamente participar desse tipo de filme, porém com o tempo ele foi percebendo que as bilheterias de seus filmes de western eram bem superiores aos dos dramas e romances. Assim viu que o público o queria ver mesmo em trajes de cowboy, caminho do qual iria se dedicar mais com o passar dos anos.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 22 de junho de 2023

Jesse James

Um dos criminosos mais infames do velho oeste, a história do pistoleiro e ladrão Jesse James deu origem a diversos filmes ao longo da história. Um dos mais lembrados é esse clássico da década de 1930. Não há como negar que o roteiro desse filme seja bem romanceado, mas mesmo assim tenta manter um pé na realidade dos fatos históricos. O filme inclusive contou com consultores históricos para recriar a biografia do famoso criminoso de forma mais fiel aos acontecimentos reais. No começo da história ainda há uma tentativa de justificar a entrada de Jesse James no mundo do crime, mas depois, de forma acertada, o texto demonstra a mudança em sua personalidade quando ele se torna realmente um criminoso por vontade própria, ciente de seus atos. Embora haja traços do Jesse James da literatura de entretenimento, dos famosos livros de bolso que ajudaram a popularizar seu nome, o roteiro procura sempre seguir os fatos reais quando possível. A cena final de seu assassinato, embora com erros históricos, é bem realizada.

Um dos melhores motivos para se assistir “Jesse James” é o seu elenco. Tyrone Power está bem como o personagem principal, embora haja limitações em sua caracterização pois ele está de certa forma muito polido em cena (o verdadeiro Jesse James era mais turrão e rude). Melhor se sai Henry Fonda, com trejeitos rústicos do interior, sempre cuspindo fumo e com olhar de caipirão desconfiado. Sua atuação demonstra uma preocupação maior em construir um personagem mais próximo da realidade. Seu Frank James não aparece muito, mas quando surge chama bem a atenção. A atriz Nancy Kelly que faz a esposa de James surpreende em ótimas cenas. São dela inclusive os momentos mais dramáticos como àquele em que resolve ir embora com o filho recém nascido. Por fim, completando o núcleo do elenco principal temos Randolph Scott. Em papel coadjuvante o ator está excepcionalmente bem na pele de um sujeito que caça Jesse James no começo do filme, mas que depois compreende a situação do criminoso e acaba mudando de atitude, ajudando inclusive sua família.

Embota não tenha sido creditado o filme foi produzido pessoalmente pelo chefão da Fox, Darryl F. Zanuck. Isso significa que “Jesse James” contou com o melhor que estava disponível na época no estúdio. De fato a produção é de muito bom gosto, com boa reconstituição de época (inclusive no que diz respeito a pequenos detalhes como figurino). Há ótimas cenas de roubos de trens, bancos e perseguições. Uma sequência que inclusive chama a atenção até hoje é aquela em que Jesse e Frank James pulam com seus cavalos do alto de um despenhadeiro em um rio abaixo. Pela altura e pela coragem dos dublês o resultado final realmente impressiona. A nota triste é que os animais foram sacrificados após soltarem daquela altura o que levou o filme a ser enquadrado em uma lista do American Human Associate por crueldade animal em filmes de Hollywood.

Já em termos de direção, não há mesmo o que reclamar. O diretor Henry King soube ser conciso em “Jesse James” e realizou um trabalho enxuto e eficiente. Evitou glamorizar a vida do criminoso. Como o filme teve um cronograma de filmagens muito austero, o cineasta Henry King contou com a ajuda de outro diretor da Fox, Irving Cummings, que acabou não sendo creditado. Henry King aqui trabalhou novamente ao lado de um de seus atores preferidos, Tyrone Power. Juntos tiveram grandes êxitos de bilheteria em filmes de capa e espada – sendo esse “Jesse James” mais uma bem sucedida parceria entre eles, embora em um estilo completamente diferente. O filme foi a quarta maior bilheteria do ano só ficando atrás apenas de fenômenos como “E o Vento Levou” e “O Mágico de Oz”.

Jesse James (Jesse James, Estados Unidos, 1939) Direção: Henry King / Roteiro: Nunnally Johnson, Gene Fowler, Curtis Kenyon, Hal Long / Elenco: Tyrone Power, Henry Fonda, Nancy Kelly, Randolph Scott, Donald Meek, John Carradine / Sinopse: Cinebiografia do famoso criminoso Jesse James (Tyrone Power) que ao lado de seu irmão Frank James (Henry Fonda) assaltava bancos, trens e diligências no velho oeste.

Pablo Aluísio.