segunda-feira, 2 de setembro de 2024
O Estranho que Nós Amamos
quinta-feira, 20 de junho de 2024
Onde Impera a Traição
Título Original: The Duel at Silver Creek
Ano de Produção: 1952
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Don Siegel
Roteiro: Gerald Drayson Adams
Elenco: Audie Murphy, Faith Domergue, Stephen McNally, Susan Cabot, Gerald Mohr, Eugene Iglesias
Sinopse:
O cowboy e pistoleiro Luke Cromwell (Audie Murphy), também conhecido como "The Silver Kid" resolve se unir ao xerife Lightning Tyrone (Stephen McNally) para defender uma pequena cidade do velho oeste de uma quadrilha de bandoleiros, assassinos e saqueadores violentos e cruéis.
Comentários:
Esse filme tem alguns aspectos importantes. O primeiro deles é que foi dirigido pelo ótimo cineasta Don Siegel. Nesses últimos anos ele tem sido considerado um dos melhores diretores de faroeste da história por críticos de cinema e historiadores de arte. Um verdadeiro artesão da sétima arte. Segundo, o filme foi roteirizado por Gerald Drayson Adams, que era escritor, autor de livros romanceados com histórias que se passavam justamente no velho oeste, ou seja, ele entendia bem do tema que era a base de seu roteiro. Por fim essa foi uma das produções comerciais mais bem sucedidas da carreira do astro Audie Murphy. Ele não era ator de profissão, mas sim um veterano condecorado na II Guerra Mundial. Por isso a Universal ainda tinha dúvidas se ele poderia dar certo no cinema. Acabou dando, como foi bem provado pelos números alcançados nas bilheterias da época. E ele acabou se tornando um dos cowboys mais queridos da mitologia do faroeste no cinema. Talvez por ter morrido precocemente, sua fama ficou intacta, gerando nostalgia e Alegria para o seu grande fã clube, inclusive no Brasil, onde sempre foi um ator muito querido dos fãs de filmes de western.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 3 de junho de 2024
Os Abutres Têm Fome
Inicialmente o projeto foi desenvolvido pela Universal para ser estrelado pelo casal Richard Burton e Elizabeth Taylor. O problema é que Liz pediu um cachê considerado absurdo pelo estúdio para fazer o filme. Como a Universal não estava disposta a pagar um milhão de dólares para que a atriz interpretasse a freirinha Sara, o filme tomou novos rumos. Saiu Richard Burton e entrou Clint Eastwood, que vinha de uma série de faroestes bem sucedidos ao lado de Sergio Leone. Elizabeth Taylor também foi substituída por Shirley MacLaine, que realmente adorou o roteiro. Penso que foi a escolha ideal, pois dificilmente o público veria Elizabeth Taylor como uma missionária, uma freira, perdida no meio do deserto mexicano. A atriz Shirley MacLaine então assumiu o papel da irmã Sara, que tentando levar a palavra de Cristo aos rincões mais distantes do México acabava ficando no meio do fogo cruzado da guerra que se desenvolvia naquele país.
De um lado o povo mexicano lutando por sua liberdade, em um movimento rebelde conhecido como "Juanistas". Do outro lado as tropas de ocupação da França, tentando transformar o país em mais uma de suas colônias. Clint Eastwood interpretou um pistoleiro chamado Hogan, que era acima de tudo um mercenário, disposto a vender sua "força de trabalho" a quem pagasse mais. Após fazer um trato com um coronel Juarista, ele entrava no conflito ao lado dos rebeldes. O grande objetivo seria tomar uma importante guarnição francesa na região, usando para isso uma passagem secreta entre um monastério católico e o forte francês. Apesar de toda a trama passada nesse contexto histórico da guerra de libertação do México, o fato é que as melhores cenas de todo o filme se desenvolvem na relação entre a doce freira católica Sara (MacLaine) e o durão e rústico Hogan (Eastwood). Um choque de personalidades diferentes que rende ótimos momentos no filme. Eles se encontram por acaso no meio do deserto e o pistoleiro, mesmo sendo um cara de poucos amigos, resolve ajudar a freirinha. Há ótimos diálogos entre eles, o que ajuda a manter o filme interessante. Como não poderia deixar de ser, há toda uma tensão sexual entre os dois embora isso seja, por causa das convicções religiosas dela, algo impossível de acontecer.
Clint Eastwood e Shirley MacLaine estão excepcionalmente bem no filme, mostrando muito entrosamento e amizade em cena. Anos depois a atriz revelaria que ficara encantada com o México (onde o filme foi rodado), pois apesar da população ser extremamente pobre, era também um povo de muita fé e esperança em um país melhor. O diretor Don Siegel, em mais uma parceria com o ator Clint Eastwood, também se revela uma ótima escolha pois conseguiu equilibrar bem um roteiro bem escrito, baseado na amizade conflituosa entre a freira e o bandoleiro, com boas cenas de ação no final do filme. Fica então mais essa dica, "Os Abutres Têm Fome", mais um bom momento de Clint Eastwood no western.
Os Abutres Têm Fome (Two Mules for Sister Sara, Estados Unidos, 1970) Direção: Don Siegel / Roteiro: Budd Boetticher, Albert Maltz / Elenco: Shirley MacLaine, Clint Eastwood, Manuel Fábregas / Sinopse: Pistoleiro e mercenário (Eastwood) encontra com uma freirinha católica (MacLaine) perdida no meio do deserto e resolve lhe ajudar, bem no meio da guerra de libertação do México da invasão colonial francesa. Filme indicado ao Laurel Awards nas categorias de melhor atriz (Shirley MacLaine) e melhor ator (Clint Eastwood).
Pablo Aluísio.