sexta-feira, 23 de agosto de 2024
Os Filmes de Faroeste de John Wayne - Parte 11
sábado, 17 de agosto de 2024
Ambição Acima da Lei
Howard Nightingale (Kirk Douglas) é um delegado do Texas com grande ambição política. Pomposo e vaidoso transforma cada prisão que realiza em propaganda para sua campanha. Seu grande objetivo é ser eleito senador do Texas no congresso americano. Para isso viaja de cidade em cidade em sua própria locomotiva ao lado de seu grupo de auxiliares, todos impecavelmente bem vestidos. A grande chance de conquistar muitos votos surge na captura do bandido mais procurado do estado, o ladrão de trens Jack Strawhorn (Bruce Dern). Após eliminar todo o seu bando, Nightingale consegue encurralar o bandido perto de uma cidadezinha do velho oeste. Após a captura o leva para lá e realiza um verdadeiro comício com o evento, com direito a banda de música e tudo. Depois decide levar o criminoso para Austin onde pretende literalmente exibi-lo como troféu pelas ruas da grande cidade, obviamente tentando com isso angariar o maior número possível de votos para sua eleição ao senado. No caminho porém as coisas saem do controle e agora Nightingale terá que provar que não é apenas um político falastrão mas um delegado de verdade.
“Ambição Acima da Lei” foi um projeto muito pessoal do ator Kirk Douglas. Aqui ele atua, dirige e produz um western dos mais interessantes, uma verdadeira crítica à classe política de seu país, onde homens públicos utilizam aspectos inerentes aos seus deveres para única e exclusivamente se auto promoverem. O delegado interpretado por Douglas é um sujeito que se torna extremamente ambicioso em alcançar uma carreira política de sucesso e se distrai de suas verdadeiras obrigações como homem da lei. O roteiro se aproveita para no final o colocar como vítima da ambição de seus homens, o fazendo saborear do próprio veneno. Aliás o clímax de “Ambição Acima da Lei” é um dos mais inteligentes do cinema americano. Muito ácido e corrosivo, expõe as vísceras dos homens públicos de lá. Outro aspecto a chamar a atenção é que o filme foi realizado em 1975, já no ocaso do gênero, com Kirk Douglas bem veterano, mas tentando manter a chama do faroeste acessa. O resultado não poderia ser melhor, um filme inteligente, intrigante e com um raro sabor de crítica social.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 15 de agosto de 2024
Novo Livro sobre Marlon Brando
quarta-feira, 14 de agosto de 2024
Os Filmes de Faroeste de John Wayne - Parte 10
terça-feira, 13 de agosto de 2024
Os Filmes de Faroeste de John Wayne - Parte 9
James Stewart e o Western - Parte 1
Na verdade Stewart amargou um bom tempo como figurante e depois como coadjuvante em filmes de pouca expressão. Sua sorte mudou quando Capra viu nele justamente aquela que era sua maior marca registrada: o jeito e a imagem do homem comum, do trabalhador operário de bom coração. Eram os tempos da grande depressão, a economia americana estava arruinada, com muito desemprego e pobreza. Para o otimista Capra a única forma de levantar a nação era levantando sua autoestima, sua moral. Por isso ele resolveu filmar uma série de roteiros que traziam mensagens positivas ao povo americano, sempre levando seu ânimo, trazendo uma carga única de esperança. Para interpretar seus protagonistas Capra não poderia ter encontrado ator mais ideal. Assim James Stewart começou a virar um astro com "Do Mundo Nada se Leva", uma verdadeira ode ao pensamento positivo. Depois vieram mais clássicos absolutos como "A Felicidade Não Se Compra" e "A Mulher Faz o Homem". Todos esses filmes são verdadeiras obras primas do cinema.
Em busca da mesma empatia outros mestres do cinema resolveram escalar James Stewart em seus filmes, especialmente o mestre do suspense Alfred Hitchcock. Sempre que surgia o personagem do cidadão comum, honesto e trabalhador, que se via numa situação excepcional, o velho Hitch telefonava ao ator sabendo se ele estava disponível. "Festim Diabólico", "Janela Indiscreta" (talvez a grande obra prima ao lado de Hitchcock), "O Homem que Sabia Demais" e "Um Corpo que Cai" são obras primas que por si só já valeriam a imortalidade de Stewart na sétima arte. Isso porém foi apenas uma parte de sua carreira, quando interpretava tipos urbanos em tramas de suspense que até hoje seguem insuperáveis.
Por fim, como se já não bastasse realizar tantos clássicos ao lado de Capra e Hitchcock, James Stewart também brilhou no mais americano de todos os gêneros cinematográficos: o Western. Ele foi um dos mais regulares atores do estilo, participando de inúmeras produções com destaque para os filmes que rodou ao lado de John Ford e Anthony Mann. Com esse último tinha uma relação de amizade e ódio. De todos os diretores com quem trabalhou foi o que mais gostou de atuar, segundo suas próprias palavras. Certamente ao lado de Mann ele não chegou ao ponto de estrelar filmes tão importantes como "O Homem que Matou o Facínora" (considerado um dos dez melhores faroestes de todos os tempos), mas rodou produções que ficaram na memória como "Winchester 73" e "Um Certo Capitão Lockhart". Foi realmente uma dupla inesquecível. Embora tenha concorrido por cinco vezes ao Oscar só foi premiado uma única vez, por "Núpcias do Escândalo". James Stewart faleceu em 1997 deixando uma filmografia realmente inigualável. Provavelmente tenha sido o ator que mais participou de obras primas do cinema ao longo da história. Nesse quesito ele realmente foi único. Nada mal para alguém que se dizia ser apenas um homem comum, com bons sentimentos.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 6 de agosto de 2024
A Lei da Fronteira
Título Original: Frontier Marshal
Ano de Produção: 1939
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Allan Dwan
Roteiro: Stuart N. Lake, Sam Hellman
Elenco: Randolph Scott, Nancy Kelly, Cesar Romero
Sinopse:
Tombstone é uma cidade infestada de bandidos. Conhecida por ser uma terra sem lei, a região acaba se tornando ponto de encontro de assassinos, assaltantes de trem e facínoras em geral. Aterrorizados, os cidadãos de bem do local resolvem eleger um novo xerife! Para a função terá que ser escolhido alguém realmente rápido no gatilho, que esteja disposto a enfrentar o crime sem medo, pois não será fácil limpar toda aquela sujeira. A escolha acaba caindo nos ombros de Wyatt Earp (Randolph Scott) que está disposto a impor a lei e a ordem novamente na pequena Tombstone.
Comentários:
Esse é certamente um dos mais clássicos filmes da carreira de Randolph Scott. Não poderia ser diferente, afinal de contas ele interpreta o lendário xerife e homem da lei Wyatt Earp! A junção desses dois mitos não poderia resultar em nada menos do que memorável. Curiosamente, apesar de ser reconhecidamente um dos melhores filmes já feitos sobre o tiroteio do O.K. Corral, o roteiro toma certas liberdades com a história real. Só para citar a mais famosa delas, aqui temos a morte de Doc Halliday (Cesar Romero), que antecede o famoso confronto entre Earp e os bandoleiros no famoso curral de Tombstone. Na história real Doc não morreu como mostrado no filme, pelo contrário, ele vai até o O.K. para enfrentar ao lado de Earp todo o bando de criminosos naquele que, até hoje, é considerado o maior duelo da história do velho oeste. Isso porém não desmerece as qualidades de um western clássico que é extremamente bem realizado. Randolph Scott está perfeito em seu papel e até mesmo Cesar Romero convence plenamente como Doc, o dentista jogador e tuberculoso que se tornou um dos mais conhecidos pistoleiros da mitologia do western americano. Mais um exemplo do talento do subestimado cineasta Allan Dwan. Em suma, um título para se ter na coleção, assim você poderá sempre rever o mito Randolph Scott na pele do mais famoso xerife de todos os tempos.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 1 de agosto de 2024
O Pistoleiro do Wyoming
Título Original: Wyoming Outlaw
Ano de Produção: 1939
País: Estados Unidos
Estúdio: Republic Pictures
Direção: George Sherman
Roteiro: Jack Natteford, Betty Burbridge
Elenco: John Wayne, Don 'Red' Barry, Ray Corrigan, Raymond Hatton
Sinopse:
Will Parker (Don 'Red' Barry) é um rancheiro do Wyoming que devido ao hostil clima da região acaba perdendo toda a sua safra. Desesperado para alimentar seus familiares ele se une a um bando de ladrões de gado. Após um confronto é capturado e preso mas ele não se dá por vencido e foge da prisão, começando uma verdadeira caçada para capturá-lo. Roteiro levemente inspirado em fatos reais.
Comentários:
Filme da Republic Pictures que conta em seu elenco com o famoso John Wayne. Infelizmente os fãs do Duke não precisam ficar muito eufóricos pois o filme não gira em torno do mais famoso cowboy da sétima arte. Na verdade seu personagem, Stony Brooke, é bem secundário. Quem for assistir a esse filme pensando em Wayne certamente se decepcionará por essa razão. No geral é um filme B, feito especialmente para matinês, muito curtinho e rápido que vai direto ao ponto. É um bangue-bangue tradicional, sem maiores surpresas. O roteiro ainda ensaia um pouco mais de capricho no que diz respeito ao personagem principal, um rancheiro que entra para o mundo do crime por necessidade, mas não vai muito adiante em relação a isso. Wayne surge com um figurino que lembra bastante o ídolo Tom Mix, com um enorme chapéu branco, além de roupas claras, impecáveis para quem vive no velho oeste americano. Enfim, coisas de Hollywood da época. Em suma, um faroeste da velha escola que mesmo sendo de rotina segue sendo lembrado por causa da presença do imortal John Wayne.
Pablo Aluísio.