domingo, 23 de junho de 2024
Ringo e a Montanha Dourada - Parte III
quinta-feira, 20 de junho de 2024
Onde Impera a Traição
Título Original: The Duel at Silver Creek
Ano de Produção: 1952
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Don Siegel
Roteiro: Gerald Drayson Adams
Elenco: Audie Murphy, Faith Domergue, Stephen McNally, Susan Cabot, Gerald Mohr, Eugene Iglesias
Sinopse:
O cowboy e pistoleiro Luke Cromwell (Audie Murphy), também conhecido como "The Silver Kid" resolve se unir ao xerife Lightning Tyrone (Stephen McNally) para defender uma pequena cidade do velho oeste de uma quadrilha de bandoleiros, assassinos e saqueadores violentos e cruéis.
Comentários:
Esse filme tem alguns aspectos importantes. O primeiro deles é que foi dirigido pelo ótimo cineasta Don Siegel. Nesses últimos anos ele tem sido considerado um dos melhores diretores de faroeste da história por críticos de cinema e historiadores de arte. Um verdadeiro artesão da sétima arte. Segundo, o filme foi roteirizado por Gerald Drayson Adams, que era escritor, autor de livros romanceados com histórias que se passavam justamente no velho oeste, ou seja, ele entendia bem do tema que era a base de seu roteiro. Por fim essa foi uma das produções comerciais mais bem sucedidas da carreira do astro Audie Murphy. Ele não era ator de profissão, mas sim um veterano condecorado na II Guerra Mundial. Por isso a Universal ainda tinha dúvidas se ele poderia dar certo no cinema. Acabou dando, como foi bem provado pelos números alcançados nas bilheterias da época. E ele acabou se tornando um dos cowboys mais queridos da mitologia do faroeste no cinema. Talvez por ter morrido precocemente, sua fama ficou intacta, gerando nostalgia e Alegria para o seu grande fã clube, inclusive no Brasil, onde sempre foi um ator muito querido dos fãs de filmes de western.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 17 de junho de 2024
Gatilho Relâmpago
Num dos pontos altos do filme - Temple, já de partida - chega à igreja para despedir-se de sua mulher e de seus amigos. Diante de todos que o imploram para ficar, Temple resolve abrir o coração e mostrar que por trás do magnífico pistoleiro, existe um homem comum, complexado, atormentado e que carrega dentro de si uma enorme culpa ligada ao falecimento de seu pai e que pode ser decisiva no duelo final contra Vinnie. Aliás, um final fantástico e absolutamente surpreendente. Destaque também para a performance solo do ator e dançarino Russ Tamblyn que dois anos antes brilhara no clássico dos musicais: "Sete Noivas para Sete Irmãos" de 1954.
Gatilho Relâmpago (The Fastest Gun Alive, Estados Unidos, 1956) Direção: Russell Rouse / Roteiro: Frank D. Gilroy , Russell Rouse / Elenco: Glenn Ford, Jeanne Crain, Broderick Crawford / Sinopse: Após um falastrão se vangloriar de suas habilidades no gatilho, um pacato e modesto morador de uma cidade do velho oeste resolve mostrar, em um impulso impensado, o que é realmente ser bom no uso de armas de fogo. Sua façanha porém acaba revelando um lado de sua vida que ele preferia que ficasse em segredo. No passado ele tinha sido um habilidoso pistoleiro.
Telmo Vilela Jr.
quinta-feira, 13 de junho de 2024
Eles Passaram por Aqui
Título Original: Four Faces West
Ano de Produção: 1948
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Alfred E. Green
Roteiro: C. Graham Baker, Teddi Sherman
Elenco: Joel McCrea, Frances Dee, Charles Bickford, William Conrad, Martin Garralaga, Raymond Largay
Sinopse:
O cowboy Ross McEwen (Joel McCrea) chega em uma pequena cidade do velho oeste e vai até o banco local. Ele deseja um empréstimo de 2 mil dólares, porém não tem garantias para receber o crédito. Ross então decide assaltar o banco e foge para o deserto com o dinheiro. Atrás dele vai o famoso xerife Pat Garrett (Charles Bickford) que fará de tudo para colocar as mãos no fora-da-lei.
Comentários:
Considerado por muitos um dos cem melhores filmes de western da história. Isso é realmente de se admirar pois o filme mesmo nos dias atuais não é muito conhecido. A produção é na média dos faroestes da segunda metade dos anos 1940, mas o que se destaca mesmo é seu roteiro, um dos primeiros socialmente conscientes do gênero. O assaltante de bancos interpretado por Joel McCrea não é um típico criminoso de filmes de faroeste, longe disso. Na realidade ele precisa desesperadamente do dinheiro para usar em prol de uma boa causa. Seria assim dos primeiros personagens criminosos sociais da história de Hollywood. O tempo todo seu argumento tenta justificar o ato do protagonista, ao mesmo tempo em que joga com as emoções do público espectador. O filme foi indicado ao Writers Guild of America, o Oscar dos roteiristas, na categoria "Best Written American Western", por causa do excelente trabalho desenvolvido pela dupla C. Graham Baker e Teddi Sherman. Tão marcante foi o trabalho dos escritores que muitos anos depois o astro Joel McCrea ainda costumava citar esse filme como um dos grandes momentos de sua filmografia. Sem dúvida um faroeste marcante, que fez história, abrindo o gênero western para novos rumos, novas perspectivas. Depois dessa produção os grandes estúdios viram a importância de se ter um bom roteiro em mãos para criar um grande filme de cowboy.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 12 de junho de 2024
Ringo e a Montanha Dourada - Parte II
segunda-feira, 10 de junho de 2024
O Rebelde Orgulhoso
Esse é sem dúvida um dos melhores filmes de western da carreira de Alan Ladd. Com um roteiro que faz lembrar em certos momentos de “Os Brutos Também Amam”, o filme consegue conciliar drama, romance e ação nas doses certas. O ator Alan Ladd novamente incorpora um personagem integro, honrado e honesto que deseja apenas que seu filho volte a falar. Curiosamente o ator mirim David Ladd era de fato o próprio filho do ator, repetindo nas telas aquilo que era na vida real. O garotinho mostra muita desenvoltura em seu papel, criando um vinculo emocional bastante forte com o espectador.
O roteiro é muito bem escrito, e tira proveito de toda a situação com muita eficiência. Para os que gostam de animais, o filme ainda traz um pequeno cão pastor que acaba roubando várias cenas com seu adestramento. A disputa por ele acaba sendo um ponto crucial para todos os personagens na estória. É interessante notar ainda como Alan Ladd foi provavelmente o cowboy mais romântico do western americano em sua fase de ouro no cinema. Todos os seus personagens possuíam algo em comum, pois eram heróis trágicos, errantes, à procura de um lugar para recomeçar a vida (muitas vezes partindo praticamente do zero). O cineasta Michael Curtiz (um dos maiores nomes do cinema clássico americano) soube muito bem aproveitar dessa característica de Ladd aqui, mostrando mais uma vez toda sua elegância e seu talento, em um faroeste realmente muito bom, acima da média. Grande filme. Um belo momento da carreira de Alan Ladd, que aqui surge mais uma vez em sua quintessência.
O Rebelde Orgulhoso (The Proud Rebel, Estados Unidos, 1958) Direção: Michael Curtiz / Roteiro: Joseph Petracca, Lillie Hayward / Elenco: Alan Ladd, Olivia de Havilland, Dean Jagger, David Ladd, Harry Dean Stanton, John Carradine / Sinopse: Após o fim da guerra civil dos Estados Unidos, um ex-soldado confederado se arrisca a ir até o norte em busca de tratamento para seu filho que ficou sem falar após passar por um grande trauma. No caminho acaba se envolvendo numa luta por terras numa pequena cidade na fronteira entre norte e sul.
Pablo Aluísio.
domingo, 9 de junho de 2024
Ringo e a Montanha Dourada - Parte I
segunda-feira, 3 de junho de 2024
Os Abutres Têm Fome
Inicialmente o projeto foi desenvolvido pela Universal para ser estrelado pelo casal Richard Burton e Elizabeth Taylor. O problema é que Liz pediu um cachê considerado absurdo pelo estúdio para fazer o filme. Como a Universal não estava disposta a pagar um milhão de dólares para que a atriz interpretasse a freirinha Sara, o filme tomou novos rumos. Saiu Richard Burton e entrou Clint Eastwood, que vinha de uma série de faroestes bem sucedidos ao lado de Sergio Leone. Elizabeth Taylor também foi substituída por Shirley MacLaine, que realmente adorou o roteiro. Penso que foi a escolha ideal, pois dificilmente o público veria Elizabeth Taylor como uma missionária, uma freira, perdida no meio do deserto mexicano. A atriz Shirley MacLaine então assumiu o papel da irmã Sara, que tentando levar a palavra de Cristo aos rincões mais distantes do México acabava ficando no meio do fogo cruzado da guerra que se desenvolvia naquele país.
De um lado o povo mexicano lutando por sua liberdade, em um movimento rebelde conhecido como "Juanistas". Do outro lado as tropas de ocupação da França, tentando transformar o país em mais uma de suas colônias. Clint Eastwood interpretou um pistoleiro chamado Hogan, que era acima de tudo um mercenário, disposto a vender sua "força de trabalho" a quem pagasse mais. Após fazer um trato com um coronel Juarista, ele entrava no conflito ao lado dos rebeldes. O grande objetivo seria tomar uma importante guarnição francesa na região, usando para isso uma passagem secreta entre um monastério católico e o forte francês. Apesar de toda a trama passada nesse contexto histórico da guerra de libertação do México, o fato é que as melhores cenas de todo o filme se desenvolvem na relação entre a doce freira católica Sara (MacLaine) e o durão e rústico Hogan (Eastwood). Um choque de personalidades diferentes que rende ótimos momentos no filme. Eles se encontram por acaso no meio do deserto e o pistoleiro, mesmo sendo um cara de poucos amigos, resolve ajudar a freirinha. Há ótimos diálogos entre eles, o que ajuda a manter o filme interessante. Como não poderia deixar de ser, há toda uma tensão sexual entre os dois embora isso seja, por causa das convicções religiosas dela, algo impossível de acontecer.
Clint Eastwood e Shirley MacLaine estão excepcionalmente bem no filme, mostrando muito entrosamento e amizade em cena. Anos depois a atriz revelaria que ficara encantada com o México (onde o filme foi rodado), pois apesar da população ser extremamente pobre, era também um povo de muita fé e esperança em um país melhor. O diretor Don Siegel, em mais uma parceria com o ator Clint Eastwood, também se revela uma ótima escolha pois conseguiu equilibrar bem um roteiro bem escrito, baseado na amizade conflituosa entre a freira e o bandoleiro, com boas cenas de ação no final do filme. Fica então mais essa dica, "Os Abutres Têm Fome", mais um bom momento de Clint Eastwood no western.
Os Abutres Têm Fome (Two Mules for Sister Sara, Estados Unidos, 1970) Direção: Don Siegel / Roteiro: Budd Boetticher, Albert Maltz / Elenco: Shirley MacLaine, Clint Eastwood, Manuel Fábregas / Sinopse: Pistoleiro e mercenário (Eastwood) encontra com uma freirinha católica (MacLaine) perdida no meio do deserto e resolve lhe ajudar, bem no meio da guerra de libertação do México da invasão colonial francesa. Filme indicado ao Laurel Awards nas categorias de melhor atriz (Shirley MacLaine) e melhor ator (Clint Eastwood).
Pablo Aluísio.